segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Caminho livre


Há muito tempo que andava para escrever sobre este tema, ou melhor, sobre este flagelo da humanidade, ou pelo menos dos utilizadores da estação do Metro do Sr. Roubado.

Só quem nunca lá passou é que não sabe a dificuldade que é entrar ou sair daquela estação, pelo menos enquanto não acaba a luz do dia. A quantidade astronómica de vendedores de rua que se instalam ali é tanta que a maior parte das vezes é quase uma corrida de obstáculos entrar mesmo na estação. Imagino quem vá com pressa, por acaso ainda não me aconteceu, mas é que eles ocupam mesmo toda a zona exterior junto à entrada, para além de abordarem as pessoas para lhes impigir o produto que vendem.

E ali há de tudo. Desde as frutas e legumas à roupa, passando pelo calçado e acessórios, é possível quase restringir as compras do mês àquele espaço que se quer de transporte e não de comércio.

Eu já cheguei mesmo a assistir a uma cena de pancadaria entre a senhora que vendia os chapéus-de-chuva (arma bem potente) e o senhor das castanhas, claro que isto sob o olhar impávido e sereno do segurança que assistia a tudo do lado de dentro do vidro.

Todos os dias penso: mas não há quem ponha mão nisto? Porque eu compreendo que os tempos estão difíceis, que todos os contributos para o orçamento familiar são mais que bem-vindos, são necessários, mas se de hoje para amanhã esquecermos as regras e passarmos a viver numa selva, não me parece que a solução venha a ser melhor que o problema.

Hoje quando vinha da faculdade (fui lá excepcionalmente de manhã fazer um exame) notei algo de estranho à saída do Metro: era possível andar a direito! A resposta viria a ser encontrada 3 metros mais à frente, quando me deparei com 5 agentes da autoridade que montavam guarda ao local. Bem sei que não pode estar um polícia permanentemente no local, e que as rusgas esporádicas não têm o efeito dissuasor pretendido, mas alguém que arranje solução para isto.


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