terça-feira, 26 de abril de 2011

Falta de tempo e muita cultura

Ultimamente não tem dado para escrever no meu blog. E tenho pena disso. Entre censos e iniciativas de aniversário da JFR/25 de Abril o tempo para actividades extras tem sido muito pouco.

Muito resumidamente, gostava de deixar aqui os filmes que vi nos últimos tempos.

Gnomeu e Julieta
Valeu mesmo a pena. Gostei muito da forma como foi adaptado o original de Shakepeare, dos pequenos detalhes e claro, do muito humor que tem. Está no IMdB com a nota de 5,7/10, eu acho pouco.


The rite
Queria muito ir ver e não fiquei nada desiludida. Muito indicado para quem goste de filmes a la "Código de Da Vince" e até para pessoas que não gostem de filmes de terror, como é o meu caso. Recomendadíssimo! Está no IMdB com a nota de 6,1/10, eu acho pouco.


Rio
Que orgulho deve sentir um brasileiro ao ver este filme de animação. Eu adorei, achei-o muito divertido, com uma história coerente e bem montada e com imagens espectaculares. E é sempre giro ouvir falar em português. Está no IMdB com a nota de 7,4/10, e eu concordo. Não deixem de o ver!


Para terminar no sábado passado fui pela primeira vez à revista. Adorei! Experiência a repetir, sem dúvida. Sobre isso, podem saber mais pormenores aqui.


E pronto, com esta vos deixo. Boa semana a todos!

sexta-feira, 22 de abril de 2011

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Porque é impossível não partilhar

Mais um artigo sobre Fernando Nobre. Já pensei se isto não seria dar-lhe muito protagonismo aqui no estaminé, mas a verdade é que a vontade de desmascarar esta hipocrisia é mais que muita.


Fernando Nobre: quanto custa um vaidoso?
Daniel Oliveira (www.expresso.pt)
11 de abril de 2011


Fernando Nobre vai ser cabeça de lista do PSD no circulo de Lisboa. Contra um homem de convicções - mesmo que não sejam as minhas - como Ferro Rodrigues, o PSD aposta num ziguezagueante populista. O ex-candidato estava no mercado e Passos Coelho pagou o preço que lhe foi pedido: dar-lhe a presidência da Assembleia da República. As contas foram de merceeiro: Nobre vale 600 mil votos. Errado. Se os votos presidenciais nunca são transferíveis para legislativas, isso é ainda mais evidente neste caso. Todas as vantagens competitivas de Nobre desapareceram quando ele aceitou este lugar.

O PSD vai perder mais do que ganha. Porque este convite soa a puro oportunismo. Porque quando Fernando Nobre começar a falar o PSD vai ter de se virar do avesso para limitar os danos. Porque a esmagadora maioria dos eleitores de Nobre nem com um revólver apontado à cabeça votará em Passos Coelho. Porque ele afastará eleitorado que desconfia de gente com tanta ginástica política.

Quem também não fica bem na fotografia é Mário Soares, que, na última campanha, por ressentimento pessoal, alimentou esta candidatura. Fica claro a quem ela serviu. Agora veio o agradecimento.

Quanto a Fernando Nobre, é tudo muito banal e triste. Depois da campanha que fez, este é o desfecho lógico. Candidatos antipartidos, que tratam todos os eleitos como suspeitos de crimes contra a Pátria - ainda não me esqueci quando responsabilizou Francisco Lopes pelo atual estado de coisas, apenas porque é deputado - e que julgam que, por não terem nunca assumido responsabilidades políticas, têm uma qualquer superioridade moral sobre os restantes acabam sempre nisto. A chave que usam para abrir a porta da sala de estar do sistema é o discurso contra o sistema. Não querem "tachos", dizem eles, certos de que todos os eleitos apenas procuram proveitos próprios. Eles são diferentes. Depois entram no sistema para mudar o sistema, explicam. E depois ficam lá, até vir o próximo com o mesmo discurso apontar-lhes o dedo. É tudo tão antigo que só espanta como tanta gente vai caindo na mesma esparrela.

Quem tem um discurso sem programa, sem ideologia, sem posicionamento político claro e resume a sua intervenção ao elogio da sua inexperiência política tem sempre um problema: só é diferente até perder a virgindade. E quando a perde fica um enorme vazio. Porque não havia lá mais nada. Porque a política não se faz de bons sentimentos, faz-se de ideias, projetos e programas políticos. Ideias, projetos e programas que resultam do pensamento acumulado pela experiência de gerações, que se vai apurando no confronto e na tentativa e erro. A tudo isto chamamos ideologias. Quem despreza a ideologia despreza o pensamento. Quem despreza o pensamento despreza a política. Quem despreza a política dificilmente pode agir nela com coerência e dignidade.

Para além do discurso contra os políticos, este político teve outra bandeira: as suas preocupações sociais. Nada com conteúdo. Para ele bastava mostrar o seu currículo de ativista humanitário. E a quem aceita ele entregar a sua virginal e bondosa alma? Ao candidato a primeiro-ministro mais liberal que este País já conheceu. Não sou dos que acham que toda a gente tem um preço. Mas ficámos a saber qual é o de Fernando Nobre: um lugar com a dimensão da sua própria vaidade.

Tudo isto tem uma vantagem: é uma excelente lição de política para muita gente. Quem diz que não é de esquerda nem de direita, quem tem apenas a sua suposta superioridade moral como programa e quem entra no combate político desprezando quem há muito o faz nunca é de confiança. Um dia terão que se decidir. E Nobre decidiu-se: escolheu a direita liberal em troca das honras de um lugar no Estado. Na hora da compra, os vaidosos têm uma vantagem: saem mais baratos. Não precisam de bons salários ou de negócios. Basta dar-lhes um trono e a sensação de que são importantes. Vendem a alma por isso.



E para terminar, fica mais uma pérola dos Homens da Luta:

quarta-feira, 13 de abril de 2011

O meu coração de maçã chora de tristeza

O meu coração de maçã  chora de tristeza ao ver entrar em casa um telemóvel que não é da sua família. E eu compreendo a sua dor.

Olhem, o dinheiro não traz felicidade, mas a falta dele não traz iPhones.

Salve-nos o BlackBerry Messenger para poupar em saldo (até a menina do apoio ao cliente me disse que eu estava a gastar muito dinheiro em telemóvel).

[Edição] Ah, faltou aqui dizer que é engraçado como passei anos da minha vida a querer ter um BlackBerry e beber café no Starbucks. E agora, que tenho as duas, e que até já bebi belos capuccinos - ai o Pumpkin Latte - em Nova Iorque, só queria um telemóvel da marca da marca da maçã. É a vida…

E para quem achar que esta conversa é muito fútil ou pouco altruísta, sim, eu também me preocupo muito com a economia mundial e o estado da política nacional. Mas também posso (e quero) preocupar-me com os meus brinquedos.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Sobre o preço dos combustíveis


Uma das consequências do meu acidente de carro foi ter deixado de ir a bombas de gasolina e de estar atenta ao preço dos combustíveis. No meu carro eu usava Gasolina 98, que, na altura do meu acidente (há menos de 2 meses) estava a custar mais ou menos €1,52 (na Galp).

Qual não foi o meu espanto quando ontem vi que a Gasolina 98 está a custar na Galp €1,69!!
Que aumento é este?!

Qual é a justificação? Os 3 milhões de lucro do ano passado não foram suficientes?

Para quando uma intervenção governamental sobre os preços dos combustíveis? Para quando o fim dos tais cartéis que nunca são provados, mas que todos sofremos na pele?

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Sobre o Sr. Fernando Nobre

O ex-candidato à Presidência da República ganhou um hematoma durante a campanha de tanto bater com a mão no peito a dizer "eu sou o único candidato que não pertence a esta classe política, a esta classe de corruptos e charlatões e blah, blah, blah".

Já na altura houve gente (nomeadamente o Francisco Lopes) que alertou para o facto de ele já ter apoiado candidatos tanto do PS, do PSD e do Bloco de Esquerda noutros actos eleitorais. Mas o Sr. Nobre dizia que era pelo projecto, e não por interesses partidários.

E agora, Sr. Nobre, é por quê? Por dinheiro? Por prestígio? Por poder?

Sei que a mim não me espanta totalmente. Que os milhares de pessoas que votaram nele possam fazer um auto-exame de consciência. Terá ele dito a verdade? As notícias recentes parecem dizer o contrário…

Mais um conto do vigário a que fomos sujeitos!


E como dizia o outro "e o burro sou eu?"

sábado, 9 de abril de 2011

Amanhã faço dieta

Bem, a frase não é minha. Mas é a luta de muita gente. E nesta música o Herman José traduziu o drama de muitos de uma forma sublime.
Que sirva de estímulo para os que ainda não conseguiram chegar a "amanhã", ou para os que já lá estando precisam de se relembrar disso constantemente (me =P).

Para calar os que falam na inevitabilidade das medidas de austeridade

Recebi este texto por mail um dia destes e não resisto em partilhá-lo. Vale mesmo MUITO a pena ler.


Porque silenciam a ISLÂNDIA?

(Estamos neste estado lamentável por causa da corrupção interna - pública e privada com incidência no sector bancário - e pelos juros usurários que a Banca Europeia nos cobra.


Sócrates foi dizer à Sra. Merkle - a chanceler do Euro - que já tínhamos tapado os buracos das fraudes e que, se fosse preciso, nos punha a pão e água para pagar os juros ao valor que ela quisesse.

Por isso, acho que era altura de falar na Islândia, na forma como este país deu a volta à bancarrota, e porque não interessa a certa gente que se fale dele)
Não é impunemente que não se fala da Islândia (o primeiro país a ir à bancarrota com a crise financeira) e na forma como este pequeno país perdido no meio do mar, deu a volta à crise.

Ao poder económico mundial, e especialmente o Europeu, tão proteccionista do sector bancário, não interessa dar notícias de quem lhes bateu o pé e não alinhou nas imposições usurárias que o FMI lhe impôs para a ajudar.

Em 2007 a Islândia entrou na bancarrota por causa do seu endividamento excessivo e pela falência do seu maior Banco que, como todos os outros, se afogou num oceano de crédito mal parado. Exactamente os mesmo motivos que tombaram com a Grécia, a Irlanda e Portugal.

A Islândia é uma ilha isolada com cerca de 320 mil habitantes, e que durante muitos anos viveu acima das suas possibilidades graças a estas "macaquices" bancárias, e que a guindaram falaciosamente ao 13º no ranking dos países com melhor nível de vida (numa altura em que Portugal detinha o 40º lugar).

País novo, ainda não integrado na UE, independente desde 1944, foi desde então governado pelo Partido Progressista (PP), que se perpetuou no Poder até levar o país à miséria.

Aflito pelas consequências da corrupção com que durante muitos anos conviveu, o PP tratou de correr ao FMI em busca de ajuda. Claro que a usura deste organismo não teve comiseração, e a tal "ajuda" ir-se-ia traduzir em empréstimos a juros elevadíssimos (começariam nos 5,5% e daí para cima), que, feitas as contas por alto, se traduziam num empenhamento das famílias islandesas por 30 anos, durante os quais teriam de pagar uma média de 350 Euros / mês ao FMI. Parte desta ajuda seria para "tapar" o buraco do principal Banco islandês.

Perante tal situação, o país mexeu-se, apareceram movimentos cívicos despojados dos velhos políticos corruptos, com uma ideia base muito simples: os custos das falências bancárias não poderiam ser pagos pelos cidadãos, mas sim pelos accionistas dos Bancos e seus credores. E todos aqueles que assumiram investimentos financeiros de risco, deviam agora aguentar com os seus próprios prejuízos.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

ESTE PAÍS NÃO É PARA CORRUPTOS, por Ricardo Araújo Pereira


Este país não é para corruptos
Em Portugal, há que ser especialmente talentoso para corromper. Não é corrupto quem quer


... Que Portugal é um país livre de corrupção sabe toda a gente que tenha lido a notícia da absolvição de Domingos Névoa. O tribunal deu como provado que o arguido tinha oferecido 200 mil euros para que um titular de cargo político lhe fizesse um favor, mas absolveu-o por considerar que o político não tinha os poderes necessários para responder ao pedido. Ou seja, foi oferecido um suborno, mas a um destinatário inadequado. E, para o tribunal, quem tenta corromper a pessoa errada não é corrupto - é só parvo. A sentença, infelizmente, não esclarece se o raciocínio é válido para outros crimes: se, por exemplo, quem tenta assassinar a pessoa errada não é assassino, mas apenas incompetente; ou se quem tenta assaltar o banco errado não é ladrão, mas sim distraído. Neste último caso a prática de irregularidades é extraordinariamente difícil, uma vez que mesmo quem assalta o banco certo só é ladrão se não for administrador.
O hipotético suborno de Domingos Névoa estava ferido de irregularidade, e por isso não podia aspirar a receber o nobre título de suborno. O que se passou foi, no fundo, uma ilegalidade ilegal. O que, surpreendentemente, é legal. Significa isto que, em Portugal, há que ser especialmente talentoso para corromper. Não é corrupto quem quer. É preciso saber fazer as coisas bem feitas e seguir a tramitação apropriada. Não é acto que se pratique à balda, caso contrário o tribunal rejeita as pretensões do candidato. "Tenha paciência", dizem os juízes. "Tente outra vez. Isto não é corrupção que se apresente."



E assim vai o nosso país.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Isto é que são acções de marketing

Li esta notícia aqui e achei-lhe um piadão.
Para promover a expansão do ‘English Countryside’ do jogo FarmVille - apresentada como a maior actualização do jogo desde que ele foi lançado - a Zynga levou um pouco do campo para a cidade ao fazer supostos agricultores e as suas ovelhas passear em pleno centro de Nova Iorque. As ovelhas disputaram avenidas famosas com carros e pessoas a pé. A mesma acção foi realizada também em Londres.

Deixo também o vídeo com a experiência, para provar que não há limites para a imaginação.


sexta-feira, 1 de abril de 2011

Sobre greves nos transportes

Hoje o Sapo pergunta "Hoje voltou a haver greve na CP. Concorda a sucessão de greves convocadas nos transportes públicos?". 67% das pessoas responderam "Não", e eu, na verdade, gostava de poder perguntar a cada um as razões que os levaram a dizer que não.

Suponho que seja pelo transtorno que lhes causa para chegar aos empregos. Suponho que seja por terem de esperar mais do que habitual para apanharem o seu transporte.

As greves parecem ser difíceis de explicar ou entender no nosso país. Quem usufrui dos serviços em greve não quer saber a razão dos grevistas. Para mim, isto não pode ser melhor espelho da nossa sociedade.

Há uma classe de profissionais que se sente lesado pela sua entidade patronal. E por isso faz greve como forma de protesto, como forma de pressão, como forma de luta pelos seus direitos. Se a greve transtorna? Pois claro que sim. E isso só prova que o que eles fazem é um trabalho necessário, que implica com a vida de muita gente, e como tal devem ser devidamente recompensados por isso.

Seria um dever de todos nós apoiarmos este tipo de iniciativas. Hoje por eles, amanhã por nós. Porque os enfermeiros que hoje chegaram atrasados, amanhã poderão precisar de fazer greve e não irão prestar cuidados de saúde aos maquinistas da CP. Porque os professores que chegaram atrasados à escola hoje, amanhã poderão estar em greve e os maquinistas da CP não terão onde deixar os seus filhos porque a escola vai estar encerrada.

E os que clamam que não fazem greves, está na altura de analisarem a sua situação laboral. É justa? Se sim, muito bem. Apoiem então os que não a têm e que também a merecem. Por uma sociedade mais justa. Se não, não estará na altura de acordar, agitar e reivindicar o que merecem? Se a deles é ainda assim melhor que a vossa, não usem o argumento de que "muita sorte têm eles". Deixem-nos lutar, e lutem também vocês. Não queremos salários nivelados por baixo, direitos nivelados por baixo. Isso é não permitir que o nosso país evolua.

E como não fazer greves no sector dos transportes quando se publicam notícias como esta:


Para reflectir…