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quarta-feira, 28 de maio de 2014

Medo!!!

Muitas coisas aconteceram domingo passado no dia das eleições para o Parlamento Europeu, mas sinceramente o que mais me chamou à atenção e o que mais me preocupa é a escalada dos partidos de extrema-direita pela Europa (com os números assustadoras de França a encabeçar esse aumento de representantes nazis no parlamento).

Na sequência desses resultados, o Sapo tinha uma pergunta sobre esse assunto, e os resultados não são menos preocupantes.


Preocupa-me que 16% dos que responderam (2174 portugueses) achem que possa haver um lado positivo nisto, que 27% (3587) achem "natural" e até que 8% (1026) não tenha opinião. Preocupa-me que o discurso nazi, à semelhança do que aconteceu no pré-guerra, pegue "naturalmente", que comece a ser "natural" aceitar os discursos numa primeira fase nacionalistas, depois racistas, xenófobos, de ódio.

Preocupa-me que se deixe repetir erros do passado. Preocupa-me que hoje em dia se diga que não é a mesma coisa e que volte a ser a mesma coisa. Preocupa-me que se viva descansado à sombra de um suposto avanço civilizacional, e que em meia dúzia de anos se volte a viver catalogado ou escondido em porões.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Dos campeões


Confesso-me um bocadinho farta da conversa do "para manifestações contra o Governo não vão eles", ou "não se compreende o exagero destas comemorações", ou boquinhas similares.

O Benfica ganhou ontem o campeonato e por isso todos os benfiquistas têm direito a manifestarem-se por isso. Fazemo-lo em grande? Fazemos, como manda o nosso coração! Gostamos mais do Benfica que das nossas mães? Gostamos, e o que é que têm a ver com isso? (Não te ofendas mãe, é em sentido figurado.) Queremos comemorar algo que nos dá uma alegria extrema mesmo havendo problemas sociais, económicos e políticos no nosso país? Queremos e podemos fazê-lo! Porque uma coisa não tem nada a ver com a outra, porque gostarmos de futebol/de um clube/do que seja não nos impede de ter consciência social. E porque os paladinos da intervenção só conseguem com essa conversa afastar as pessoas que, naturalmente, vibram com temas que lhes interessa.

Dores de cotovelo já nem comento... Gosto de pessoas que vibram com as coisas de que gostam, mas tenho pouca paciência para pessoas sem poder de encaixe. Por isso, a todos os que hoje se lembraram que por qualquer motivo são melhores que os Benfiquistas que desde ontem comemoram o título de campeão nacional, o que lhes digo é "por mim tudo bem". Pensem o que quiserem, o que vos deixe mais feliz ou menos frustados. Nós cá continuaremos felizes e a comemorar.

A mim vão me continuar a ver de sorriso na cara pelos próximos dias. Mesmo quando na sexta-feira desfilar na Avenida da Liberdade a recordar os ideais de abril contra as atuais políticas do Governo. Mesmo se na quinta-feira o Benfica perder com a Juventus. Mesmo se continuarem com as vossas conversas frustadas.

Seremos grandes sempre, teremos sempre orgulho de ser do Benfica. Mesmo que vos faça muito felizes acreditar que são as vossas tentativas de descredibilizar aquilo de que gostamos que vai mudar isso.

VIVA O SPORT LISBOA E BENFICA!

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Carta Aberta a um MENTECAPTO

DISCLAIMER: Recebi este texto por e-mail, não verifiquei a sua veracidade ou integralidade.

Carta aberta de Carlos Paz dirigida a João César das Neves na sequência das declarações por este proferidas durante uma entrevista ao DN/TSF.
Carlos Paz foi partner da Accenture, presidente executivo da Groundforce e é professor do Instituto Superior de Gestão.

«Meu Caro João,
Ouvi-te brevemente nos noticiários da TSF no fim-de-semana e não acreditei no que estava a ouvir.
Confesso que pensei que fossem “excertos”, fora de contexto, de alguém a tentar destruir o (pouco) prestígio de Economista (que ainda te resta).
Mas depois tive a enorme surpresa: fui ler, no Diário de Notícias a tua entrevista (oudeverei dizer: o arrazoado de DISPARATES que resolveste vomitar para os microfones de quem teve a suprema paciência de te ouvir). E, afinal, disseste mesmo aquilo que disseste, CONVICTO e em contexto.
Tu não fazes a menor ideia do que é a vida fora da redoma protegida em que vives:
– Não sabes o que é ser pobre;
– Não sabes o que é ter fome;
– Não sabes o que é ter a certeza de não ter um futuro.
Pior que isso, João, não sabes, NEM QUERES SABER!
Limitas-te a vomitar ódio sobre TODOS aqueles que não pertencem ao teu meio. Sobes aquele teu tom de voz nasalado (aqui para nós que ninguém nos ouve: um bocado amaricado) para despejares a tua IGNORÂNCIA arvorada em ciência.
Que de Economia NADA sabes, isso já tinha sido provado ao longo dos MUITOS anos em que foste assessor do teu amigo Aníbal e o ajudaste a tomar as BRILHANTES decisões de DESTRUÍR o Aparelho Produtivo Nacional (Indústria, Agricultura e Pescas).
És tu (com ele) um dos PRINCIPAIS RESPONSÁVEIS de sermos um País SEM FUTURO.
De Economia NADA sabes e, pelos vistos, da VIDA REAL, sabes ainda MENOS!
João, disseste coisas absolutamente INCRÍVEIS, como por exemplo: “A MAIOR PARTE dos Pensionistas estão a fingir que são Pobres!”
Estarás tu bom da cabeça, João?
Mais de 85% das Pensões pagas em Portugal são INFERIORES a 500 Euros por mês (bem sei que que algumas delas são cumulativas – pessoas que recebem mais que uma “pensão” – , mas também sei que, mesmo assim, 65% dos Pensionistas recebe MENOS de 500 Euros por mês).
Pior, João, TU TAMBÉM sabes. E, mesmo assim, tens a LATA de dizer que a MAIORIA está a FINGIR que é Pobre?
Estarás tu bom da cabeça, João?
João, disseste mais coisas absolutamente INCRÍVEIS, como por exemplo: “Subir o salário mínimo é ESTRAGAR a vida aos Pobres!”
Estarás tu bom da cabeça, João?
Na tua opinião, “obrigar os empregadores a pagar um salário maior” (as palavras são exactamente as tuas) estraga a vida aos desempregados não qualificados. O teu raciocínio: se o empregador tiver de pagar 500 euros por mês em vez de 485, prefere contratar um Licenciado (quiçá um Mestre ou um Doutor) do que um iletrado. Isto é um ABSURDO tão grande que nem é possível comentar!
Estarás tu bom da cabeça, João?
João, disseste outras coisas absolutamente INCRÍVEIS, como por exemplo: “Ainda não se pediram sacrifícios aos Portugueses!”
Estarás tu bom da cabeça, João?
Ainda não se pediram sacrifícios?!?
Em que País vives tu, João?
Um milhão de desempregados;
Mais de 10 mil a partirem TODOS os meses para o Estrangeiro;
Empresas a falirem TODOS os dias;
Casas entregues aos Bancos TODOS os dias;
Famílias a racionarem a comida, os cuidados de saúde, as despesas escolares e, mesmo assim, a ACUMULAREM dívidas a TODA a espécie de Fornecedores.
Em que País vives tu, João?
Estarás tu bom da cabeça, João?
Mas, João, a meio da famosa entrevista, deixaste cair a máscara: “Vamos ter de REDUZIR Salários!”
Pronto! Assim dá para perceber. Foi só para isso que lá foste despejar os DISPARATES todos que despejaste.
Tinhas de TRANSMITIR O RECADO daqueles que TE PAGAM: “há que reduzir os salários!”.
Afinal estás bom da cabeça, João.
Disseste TUDO aquilo perfeitamente pensado. Cumpriste aquilo para que te pagam os teus amigos da Opus Dei (a que pertences), dos Bancos (que assessoras), das Grandes Corporações (que te pagam Consultorias).
Foste lá para transmitir o recado: “há que reduzir salários!”.
Assim já se percebe a figura de mentecapto a que te prestaste.
E, assim, já mereces uma resposta:
– Vai à MERDA, João!»


Ou, por outro lado, se quiserem ouvir uma igualmente boa resposta do provavelmente mais interventivo humorista nacional:

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Uma Constituição madrasta e madraça

por Ricardo Araújo Pereira, Crónica publicada na VISÃO 1070, de 5 de setembro

Talvez seja abusivo dizer que o programa de Governo fez muito pelos desempregados. É mais correcto dizer que fez muitos desempregados


Aconteceu esta semana, na praia, mesmo à minha frente. Um desempregado estava a nadar e foi apanhado por uma onda. Começou a gritar por auxílio mas nenhum dos outros banhistas o acudiu, fosse por medo ou por desejo de contribuir para a diminuição dos números do desemprego (era o meu caso, pois sou ao mesmo tempo corajoso e patriota). Foi então que o artigo 227 da Constituição da República Portuguesa se lançou ao mar. Parecia um polvo, a nadar vigorosamente com as 22 alíneas do seu ponto número 1. Puxou o homem para a margem e reanimou-o - para surpresa de todos, não só porque nunca tínhamos visto a Constituição fazer fosse o que fosse pelos desempregados, mas também porque não esperávamos que a iniciativa partisse do artigo consagrado aos poderes das regiões autónomas.

O leitor mais perspicaz já estará desconfiado de que o que acabo de relatar talvez seja ligeiramente fantasioso. Tem razão. Havia um desempregado a afogar-se, de facto, mas não foi a Constituição que o salvou, como é evidente. Foi o programa do Governo, o que, aliás, não surpreende. O programa do Governo fez mais pelos desempregados em dois anos do que a Constituição em 37. Ou talvez seja abusivo dizer que o programa de Governo fez muito pelos desempregados. É mais correcto dizer que fez muitos desempregados. Mas é quase a mesma coisa.

O fundamental é reconhecer que Passos Coelho tem razão: a Constituição nunca fez nada pelos desempregados. São 296 artigos e mais um preâmbulo de pura preguiça. É uma Constituição que não cria, não inova, não pratica o empreendedorismo. Não faz sequer pequenos biscates, nem tarefas domésticas. A Constituição nunca me lavou a loiça, nem me fez a cama. Embora, diga-se, pareça muito empenhada em fazer a cama ao primeiro-ministro.

Eu não sou constitucionalista, mas admito que Passos Coelho saiba do que fala. A Constituição foi aprovada com os votos favoráveis do PSD. Jorge Miranda, considerado o pai da Constituição (e, sem desprimor para Bacelar Gouveia, também o único constitucionalista português que parece ter sido desenhado pelo autor dos Simpsons), era deputado à constituinte pelo PSD. E todas as revisões constitucionais foram aprovadas com os votos favoráveis do PSD. Na qualidade de presidente do PSD, é natural que Passos Coelho conheça bem o tipo de texto que o seu partido concebe e aprova para melhorar a vida dos desempregados.

FONTE

segunda-feira, 8 de julho de 2013

A dança das cadeiras

Portanto, sai o Gaspar:

Depois entra a ministra nova e, amuadinho, sai o Portas:

E depois, quando todos já comemorávamos, o Portas entra outra vez:

Enfim, como diz a música,
E é isto que se passa
No país onde eu moro
Parece história de novela
Não se eu rio ou se choro
Hoje a porta da saída
Amanhã serve de entrada
Isto é um entra e sai
Parece a casa do Big Bráda!

Isto se não fosse muito sério, até era bem cómico (vénias ao Vasco Palmeirim).

domingo, 2 de junho de 2013

Melhor vídeo de sempre!

Ainda em modo "dia mundial da criança", a verdade é - porquê parar no the end? O Jon não parou...


LYRICS
If you've ever wondered why
Disney's tales all end in lies
Here's what happened after all their dreams came true

Ariel
I loved being princess down in -- this beautiful ocean blue
But mermaids are going missing -- they end up in someone's stew
So just try to put yourself in -- to somebody else's gills
You're killing my ecosystem -- with fishing and oil spills
Thank you BP, thank you BP
The British are killing, oil is spilling
Now I can't see... MY EYES!
Chinamen feast on Flounder's fins
Plus the Japanese killed all my whale friends
Oceans are browning, I think I'm drowning
Thanks to BP
YOU SUCK!

Jasmine
Hey, I'm OK, but I'm slightly scared
My husband's a mark for the War on Terror
Aladdin was taken by the CIA
We're not Taliban
You've got the wrong man
In Guantanamo Bay
Prince Ali, where could he be, drowning in wawa
Interrogation from the nation of the "free"
Bin Laden's taken the fall
We're not trained pilots at all
Jafar went crazy and no one put up a fuss
We're for freedom, Genie can vouch for us
Bush was crazy, Obama's lazy, al-Qaeda's not in this country
Set free my Prince Ali

Belle
A whore! A whore!
A whore, a whore, a whore!
This town's gone wild since I married Adam
They think I'm going straight to hell
But the charges laid on me
Of bestiality
Could wind up getting me thrown in a cell
No, I'm overrun by mad men
I hear they plan to burn me at the stake
They legit believe I'm Satan
And now I hear that PETA's gonna take my beast away

Pocahontas
After John Smith traveled back to England
I helped my people cultivate the fields
More English, French, and Spaniards came to visit
And they greeted us with guns and germs and steel
They forced us into unknown lands of exile
They pillaged, raped, and left us all for dead
So now I'm far more liberal with a weapon
When I separate their bodies from their heads
Have you ever held the entrails of an English guy?
Or bit the beating hearts of Spanish men?
Can you shoot an arrow in some French guy's eyeball?
Can you paint with the red colors in these men
I can murder if I please
Cause I'm dying of disease
I can paint with the red colors in these men

Thanks to BP
Where's Prince Ali?
Bestiality
I've got STDs

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Não queremos remodelações, queremos DEMISSÃO!!

O sábio conselheiro



FONTE

Marcha contra o empobrecimento
Lisboa | 13 de Abril | 14h30
Concentração
Cais do Sodré (Setúbal) - Príncipe Real (Lisboa)

quarta-feira, 27 de março de 2013

Ao lado uns dos outros

Quem ganha mais?



Fonte

Como dizia alguém, o mote é dividir para reinar. E nós deixamos? O Governo faz-nos querer que os males do mundo são todos da responsabilidade dos funcionários públicos. Mas são?

O funcionário comum (excluindo juízes, médicos e o somatório de "boys" renovados a cada quatro anos) não é o inimigo. Aliás, enquanto for encarado como tal sairemos sempre todos a perder. Porque cada perda de direitos na função pública representa uma antevisão do que vai acontecer no privado (veja-se o que aconteceu com os subsídios, por exemplo).
Se existem problemas na função pública e no aparelho de Estado? SIM! Mas a solução não está em despedir funcionários públicos porque são todos uns calões muito bem pagos. Para chegar à solução é preciso identificar o problema, e o problema está na forma como está montada a máquina, nos objetivos, nos oportunismos e na corrupção. Há muito trabalho para ser feito na função pública, assim haja vontade política e boa organização.

Mas nada como atentar nas palavras sábias desse grande comentador político que é Ricardo Araújo Pereira, numa carta aos desempregados, a já famosa "Carta aos 19%":


Não estás sozinho. O governo prepara-se para propor rescisões amigáveis a milhares de funcionários públicos. Vais ter companhia. Segundo o primeiro-ministro, as rescisões não são despedimentos, são janelas de oportunidade. O melhor é agasalhares-te bem, porque o governo tem aberto tantas janelas de oportunidade que se torna difícil evitar as correntes de ar de oportunidade. Há quem sinta a tentação de se abeirar de uma destas janelas de oportunidade e de se atirar cá para baixo. É mal pensado. Temos uma dívida enorme para pagar, e a melhor maneira de conseguir pagá-la é impedir que um quinto dos trabalhadores possa produzir. Aceita a tua função neste processo e não esperneies.

Artigo completo aqui

Enquanto não soubermos onde está o inimigo, quem ganha é ele.



sexta-feira, 15 de março de 2013

Na semana em que é eleito o novo Papa

Precisa-se: evangelizador

por Ricardo Araújo Pereira
Quinta feira, 21 de Fevereiro de 2013


De acordo com os jornais italianos, é provável que o próximo Papa venha de um país do Terceiro Mundo. Cardeais portugueses podem finalmente sonhar


Percebemos que um líder religioso é, de facto, inspirador quando as suas atitudes infundem esperança até nos incréus. É o que acontece com Bento XVI, cuja resignação traz um pouco de ânimo não só a ateus como eu mas, pareceme, a portugueses de todos os credos.

Em primeiro lugar, há a questão da sucessão. De acordo com os jornais italianos, é provável que o próximo Papa venha de um país do Terceiro Mundo. Os cardeais portugueses podem finalmente sonhar. Será desta? A hipótese de haver um português como chefe de Estado de um país rico é muito rara, e excelente para Portugal embora péssima para o país em questão, como a história parece indicar.

Em segundo lugar, é muito importante não esquecer que o Papa é um exemplo a seguir por todos os católicos. Ora, Bento XVI acaba de renunciar ao seu cargo por se sentir cansado e fisicamente fraco. Portanto, a pergunta que todos fazemos, com uma ansiedade muito devota, é: será Vítor Gaspar católico? Deus queira que sim. Gaspar também parece cansado. Ninguém tem olheiras tão fundas se anda a descansar o suficiente.

E aparenta estar fisicamente fraco.

É manifesto que lhe custa falar. Aquele tom pausado é o mesmo com que, nos filmes, os moribundos dão recados importantes aos amigos e à família. Nas mesmas condições, o Papa renunciou.

É certo que Vítor Gaspar tem o auxílio da troika, ao passo que o Papa tem o auxílio de Deus. Concedo que o ajudante do ministro é ligeiramente mais poderoso.

Mas, ainda assim, os casos são muito semelhantes. Se Gaspar fosse católico, creio que não teria outro remédio senão seguir as pisadas do Santo Padre.

Aquilo de que Portugal precisa é de um pregador persuasivo. Um homem que, munido de uma bíblia ou duas, vá evangelizar para o Ministério das Finanças como durante os descobrimentos outros sacerdotes iam evangelizar para o Brasil. Sabendo que irá provavelmente encontrar mais selvagens do que os seus antepassados encontraram em terras de Vera Cruz. Sabendo que o espera uma tarefa muito difícil, porque Vítor Gaspar já tem religião conhecida: professa uma fé absolutamente cega nos mercados, e por isso talvez tivesse de começar por ser politeísta. O pregador terá de ser alguém suficientemente versado em economia para se fazer entender junto de Vítor Gaspar, e suficientemente devoto para o converter ao catolicismo. Convinha que fosse ao mesmo tempo um economista experimentado e um fanático religioso.

Nunca pensei dizer isto, mas Portugal precisa de João César das Neves.

Fonte

sexta-feira, 8 de março de 2013

Do Dia da Mulher


A ideia de comemorar o Dia Internacional da Mulher partiu de uma revolucionária alemã - Clara Zetkin, em 1910. O objetivo era iniciar uma jornada internacional contra a guerra e a exploração, por direitos económicos, sociais e políticos para as mulheres.

Hoje em dia, mais de 100 anos depois, ainda continuam a ser visíveis discriminações laborais entre homens e mulheres. Estudos recentes mostraram que em Portugal continua a existir um desequilíbrio salarial entre homens e mulhers - para o mesmo trabalho, os homens continuam a ganhar mais.

Agora, transformar isto num dia de oferecer presentes já foi ideia de quem quer fazer esquecer a verdadeira intenção deste dia.

Mulheres, não nos podemos deixar cair nesta ideia. Hoje não é dia de pedir presentes - é dia de pedir o mesmo salário que o colega do lado, é dia de pedir as mesmas possibilidades de acesso a cargos públicos e de chefia que os outros. É dia de pedir direitos iguais.

É dia de pedir que mulheres deixem de ser mutiladas, assassinadas, escravizadas, porque são mulheres e porque são propriedade primeiro dos pais, depois dos maridos.

É dia de pedir que acabem as discriminações.

quinta-feira, 7 de março de 2013

PagueMenosLuz.pt

Já conhecem esta iniciativa da DECO?


A ideia é simples. Reune-se um conjunto de cidadãos interessados em pagar menos pela eletricidade (somos todos, não é?) e convidam-se todas as prestadoras deste serviço a oferecer o melhor preço para esse conjunto de clientes. Essa consulta é feita sob a forma de leilão, ou seja, quem oferecer a proposta mais baixa ganha. Depois os cidadãos inscritos, após analisarem a proposta e se a considerarem vantajosa, celebram o contrato com a empresa vencedora de leilão, nos termos em que se candidataram.

Porque é que esta é uma boa ideia? Porque todas as empresas vão querer ganhar este leilão. A EDP não vai querer peder um elevado número de clientes. Por outro lado, as que estão a começar vão querer ganhar esses clientes. Assim, quanto maior for o número de potenciais clientes, mais aliciante vai ser para as empresas concorrerem e melhor (para nós) será a proposta apresentada.

Onde é que esta proposta pode falhar? Falha se as operadoras se sentarem à mesa para discutirem previamente as propostas que vão fazer. Aí, mais uma vez, sairemos prejudicados.

Mas uma vez que este registo não tem compromissos, porquê ficar de fora?

As inscrições decorrem até 30 de abril AQUI. Depois as empresas apresentam as suas propostas até 2 de maio e no dia 15 de maio é anunciada a proposta e empresa vencedoras.

Só poderá aderir à proposta vencedora quem se inscrever (de forma gratuita e sem compromissos - não precisa ser sócio da DECO). E como quanto mais, melhor será a proposta, toca a inscrever.

Querem liberalizar o mercado? Entregámos este setor fundamental totalmente a privados? Então vamos agitar o mercado e pô-lo a nosso favor.

Mais informações aqui. A DECO disponibiliza também linhas telefónicas para esclarecer todas as dúvidas - 808 780 507 e 218 410 836.

Ah, até ao momento já há mais de 280.000 inscrições, e ainda falta mais de um mês e meio para fecharem as inscrições.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Relvas, o sensível



FONTE

E nós, quando é que deixamos de ser sensíveis ao discurso do "tem que ser", do "aguenta", do "esperem até ao final do mandato"?

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Facada na democracia em Odivelas

O post de hoje já vem fora de horas, e escrevo-o agora, mesmo sendo 0h34 e tendo eu que me levantar às 5h45. Escrevo-o, porque é com grande mágoa e até vergonha que digo que hoje a democracia morreu mais um bocadinho em Odivelas.

Mas comecemos do princípio.

Realizou-se hoje a sessão da assembleia municipal de Odivelas em que PS e PSD votaram a favor a privatização da água e da recolha do lixo no concelho. Era de esperar que esse fosse o sentido de voto, já que essas foram as suas votações na sessão da Câmara Municipal de Odivelas.
Também se sabia que havia muita pressa para que o ponto ficasse decido hoje. É preciso pôr em marcha o tal concurso internacional, de contornos não totalmente definidos, que adivinha, pelo menos, que os grande beneficiários não serão os munícipes de Odivelas, mas talvez os acionistas de alguma empresa, quiçá até já selecionada.

E podia-se aqui discutir o desastre que é privatizar um bem público, ou o facto de 14 anos de PS não terem resolvido a questão da partilha dos serviços. PS, diga-se, que está na Câmara de Odivelas, na Câmara de Loures e nos Serviços Municipalizados. Ou dos mais de 400 trabalhadores dos SMAS afetos ao nosso concelho que acabarão, inevitavelmente e de forma leviana, sem trabalho.

Mas o que me chocou foi a falta de respeito pelo órgão e pela democracia que ali aconteceu. Do início ao fim, verificaram-se uma série de atropelos ao regimento e possivelmente à lei administrativa. E o que respondia o presidente da assembleia quando confrontado com isso? Algo do género "pois, esta foi a minha decisão, se quiserem recorram nos tribunais".

Quando os deputados municipais da CDU quiseram expressar a sua declaração de voto sobre a privatização da água, PS e PSD apresentaram um requerimento para que se passasse ao ponto seguinte e que as declarações não fossem lidas. Pois é! O direito que aqueles deputados têm em dizerem claramente que votaram contra e porquê ia-lhes ser simplesmente negado porque havia pressa em acabar a assembleia.

Pois que fique aqui bem dito: A CDU ESTÁ CONTRA E VOTOU CONTRA A PRIVATIZAÇÃO DA ÁGUA EM ODIVELAS!!!

Quando se iniciou a discussão sobre a denúncia do acordo com os SMAS para a recolha do lixo... pasmem-se... não houve discussão nenhuma. Porquê? Porque PS e PSD apresentaram um requerimento para que se passasse imediatamente à votação sem qualquer discussão. A privatização de um serviço público, para aquelas duas bancadas, é um assunto tão menor que nem merece discussão. Discussão para quê? É que discussão para eles não é ouvir as opiniões da oposição. Não! Discussão para eles é uma chatice, uma perda de tempo, uma formalidade. A democracia é chata e dá muito trabalho e hoje PS e PSD não estiveram para ter trabalho.

Perante a saída dos deputados da CDU e do BE da sala, por não concordarem com este atropelo à democracia, votou-se o ponto sem discussão. E concluiu-se a reunião com a aprovação de uma ata em minuta que não foi lida (e que talvez nem existisse). Sim, os deputados que nos vão aumentar a fatura da água em até mais 22% votaram de cruz, de olhos fechados, e assim concluíram a assembleia e lá levaram a água ao seu moinho.

Uma palavra para os trabalhadores dos serviços municipalizados, que apesarem de terem, ao longo de todas estas sessões, sido tratados de forma jocosa e até provocatória, deram uma lição de democracia e de participação cívica.

Sim, hoje venho para casa envergonhada com o poder político em Odivelas, mas ao mesmo tempo muito satisfeita por perceber que estou do lado certo da barricada.

Uma nota. Parecem chavões, mas não são. Registem as minhas palavras: A LUTA CONTINUA e O POVO UNIDO JAMAIS SERÁ VENCIDO!


quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Igualdade


Diz-se que uma imagem vale mais do que mil palavras. Esta faz bem jus a essa ideia.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Aristides de Sousa Mendes - O Cônsul de Bordéus


Tenho deixado alguns filmes sem o seu devido lugar de destaque aqui no meu blog. Falta-me o tempo livre para escrever, e depois passa uma semana e já acho que não vale a pena.

Mas este não pode mesmo ficar sem referência.

O Cônsul de Bordéus é um filme sobre Aristides de Sousa Mendes, o herói português que salvou milhares de judeus durante a segunda guerra mundial através do seu cargo diplomático, mas que, infelizmente, é ainda tão desconhecido entre a maioria dos seus compatriotas.

O filme, de João Corrêa e Francisco Manso, conta com um elenco de luxo (Vítor Norte no papel principal, Carlos Paulo como o rabino, Leonor Seixas, Laura Soveral, Pedro Cunha, Joaquim Nicolau, São José Correia, Manuel de Blas e Miguel Borines) e uma banda sonora impressionante para contar a história do cônsul. Em plena guerra, com claras instruções do governo português para selecionar os merecedores de visto para entrar em Portugal, com ordens expressas para não passar vistos a judeus, e perante o desespero dos refugiados e perseguidos, Aristides de sousa Mendes fez-se valer da sua posição e do poder que o cargo lhe conferia para autorizar a entrada de milhares de judeus em Portugal. Trinta mil visto, mais precisamente, dos quais cerca de dez mil judeus.

Foi em 1940 que, aconselhado pelo Rabino Jacob Kruger, decidiu desobedecer à famosa circular 14, de Salazar, e conceder os vistos que viriam a ser a única salvação para milhares de pessoas. O filme retrata ainda a determinação do homem que, depois de afastado do cargo por não cumprir ordens superiores, conduz ele próprio uma coluna de carros com refugiados, conseguindo que estes atravessem a fronteira com Espanha, valendo-se da falta de comunicação a que um dos postos fronteiriços se encontrava remetido.
A história, como qualquer biografia ou relato de acontecimento histórico que se preze, é conduzida através da história pessoal de uma família (suponho que fictícia), no fundo um dos muitos exemplos das histórias reais que se cruzaram com a história do cônsul. Bonita e que emociona.

O filme relata ainda o facto de ter sido afastado do cargo, mas não as penalizações e todas as represálias que o governo lhe impôs. Nem que foi a comunidade judaica em Lisboa que o ajudou a ele e à sua numerosa família, nem que a hipocrisia do Estado Novo chegou ao ponto de lhe reconhecer os feitos finda a guerra, sem nunca porém o readmitir no corpo diplomático. Relembra-nos apenas de que morreu na miséria em 1954.
Aristide de Sousa Mendes, um homem de origem nobre, de fortes valores familiares (teve 14 filhos), viu a sua carreira diplomática ser reconhecida mais no estrangeiro que em Portugal mesmo antes da guerra, recebendo distinções oficiais belgas enquanto diplomata lá. Muitos foram os reconhecimentos e homenagens que recebeu lá fora após a guerra, mas só em 1986 o Estado português reabilitou o diplomata e pediu desculpas formais à sua família.

Era um filme mais que necessário, uma merecida e justa homenagem a Aristides de Sousa Mendes, e acima de tudo, a divulgação da vida de um herói esquecido e ostracizado. Mas para além disso, mais uma execelente obra do cinema português, um filme bomn que recomendo. Como sempre, no IMDB está com uma classificação de 6,7/10, e fica o trailer para vos aguçar a curiosidade:



Para mais informações sobre Aristides de Sousa Mendes.