quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Passeio por... Loulé

No domingo passado decidimos sair um pouco de casa e ir à descoberta da região. Acabámos por escolher Loulé, uma cidade capital de concelho a menos de 20km de Faro.


À chegada a Loulé constatámos o interessante facto de que AO DOMINGO ESTÁ TUDO FECHADO! Ok, talvez não tenha sido o melhor dia para visitar, mas o tempo estava bom e pudemos passear tranquilamente pela cidade, particularmente pelo centro histórico, e observar (ainda que por fora) os pontos de atração turística. Para quem não conhece, o primeiro impacto é de que a Câmara Municipal fez um bom trabalho nessa parte turística. Por toda a zona histórica encontram-se mapas com os principais pontos de interesse, e ao encontrá-los podemos ver placas explicativas, o que é sempre muito positivo para quem vem de fora.

A primeira coisa que vimos foi o Mercado de Loulé, bonito, de influência claramente árabe.

O Mercado Municipal de Loulé foi inaugurado no dia 27 de Junho de 1908, altura em que a Câmara Municipal era presidida por José da Costa Mealha. O edifício foi construído segundo projecto do Arquitecto Alfredo Costa Campos, de Lisboa, embora o mesmo projecto tenha conhecido algumas alterações desde o documento inicial de 1903 que por sua vez já tinha por base um outro projecto de 1898 cujo o autor se desconhece.
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Como não chegámos a vê-lo por dentro não sei como será, mas por fora é muito bonito e bem cuidado. Deu para perceber que para além das bancas existem várias lojas, aparentemente todas a funcionar, o que é sempre positivo nos dias que correm.

O ponto de interesse seguinte foi o Castelo de Loulé, que mais uma vez se encontrava encerrado.

O castelo de origem árabe, reconstruído no séc. XIII, possuía um grande perímetro amuralhado, parte do qual ainda é visível.
Voltada para a Rua da Barbacã destaca-se uma torre albarrã, de alvenaria, datada da Baixa Idade Média. Outra das torres visíveis é a denominada Torre de Vela, também esta uma torre albarrã, de taipa, localizada na antiga Rua da Corredoura, actual Rua Engenheiro Duarte Pacheco, e perto desta destaca-se a Porta de Faro, que ainda conserva traços da primitiva construção almóada. No arrabalde sul, ou Mouraria, à saída da Porta de Faro, após a reconquista, foi destinada uma área aos mouros forros que receberam foral de D. Afonso III, em 1269. Era nestas ruas que estariam localizadas as instalações artesanais, a comprovar pelos topónimos outrora ou ainda hoje existentes.

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Castelo de Loulé

Passeando pelas ruas encontram-se aqui ali pormenores dignos de nota - casas piturescas, as famosas chaminés do Algarve, pedaços de história (como a estátua de homenagem a António Aleixo à porta do Café Calcinha, por exemplo) e recantos a descobrir. Por falar em estátuas, ora aqui está uma cidade cheia de estátuas, várias de homenagens a locais mas também algumas apenas decorativas.

Escultura alusiva à “Vendedora do Mercado”
Convenhamos que tem sempre graça tirar fotos
com as estátuas decorativas.

Escultura “Gente Feliz Dançando”

Outro sítio interessante que visitámos foi a Igreja Matriz.

As origens desta Igreja remontam à 2ª metade do século XIII. É provável que o responsável pela encomenda tenha sido o Arcebispo de Braga, D. João Viegas que, em 1251, incumbiu os frades domini­canos de construir vários templos no Algarve.
No dia 4 de Dezembro de 1298, a Igreja de S. Clemente passou para a Ordem Militar de São Tiago por escambo feito entre o rei D. Dinis e o mestre da referida Ordem.

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Igreja Matriz

Infelizmente não deu para fotografar por dentro, já que chegámos precisamente na hora da missa, o que é de facto uma pena,. O interior é muito mais bonito que o exterior, que se encontra claramente a precisar de atenção.

Para terminar, só para este post não ser gigante, existem pela cidade várias homenagens ao Engenheiro Duarte Pacheco, por ser mais um louletano ilustre. Localiza-se na Avenida 25 de Abril (o que não deixa de ser engraçado, tratando-se de um ministro do Salazar) e destaca-se por ser uma imponente coluna de 17 metro de altura e 5 de diâmetro, com 18 grandes baixos-relevos que exaltam as áreas de ação do engenheiro no setor das Obras Públicas, para além de uma éfige em bronze do senhor. À volta, no muro que a rodeia, está gravada uma frase do próprio Salazar (lembram-se, Av. 25 de Abril, tem graça, não é?) «Uma vida velozmente vivida e inteiramente consagrada». A frase não deixa de ser irónica já que o senhor morreu quando ia, em excesso de velocidade, a caminho de uma reunião do Conselho de Ministros, quando regressava de uma obra.

Muito mais haveria para dizer e mostrar, por isso considerem este post apenas um teaser. Quando vierem ao Algarve e estiverem cansados de apanhar banhos de sol na praia ou piscina, não deixem de visitar Loulé e conhecer os seus encantos.

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