domingo, 16 de janeiro de 2011

À nossa custa


O Sol anuncia que Cavaco Silva vai deixar de receber as pensões acumuladas que recebia com a remuneração de Presidente da República, em consequência do pacote de austeridade do Orçamento de Estado para 2011.

Bonito seria o nosso (por enquanto, espero) Presidente da República ter abdicado desses montantes por si próprio, numa altura em que muitos sacrifícios se pedem ao povo. Isso sim, teria sido uma atitude digna, patriótica e solidária para com os milhares de portugueses que penam às mãos do Governo do PS.

Muito já se escreveu sobre as reformas de Cavaco Silva. Constava que recebia três: do Banco de Portugal, de professor na UNL e de primeiro-ministro (os valores, do que consta, são de €4.152, €2.328 e €2.876, respectivamente). Ao que parece esta última foi suspensa quando assumiu as funções de Presidente da República, tendo passado a ser remunerado por isso, no valor bruto de ± €7100. Que má troca que fez!…

É pena que estes ditos estadistas não ponham mais a mão na consciência. Que não olhem à volta e vejam o Portugal real.

Podíamos falar também do Sr. Manuel Alegre, que recebe € 3.219,95 de reforma da RDP, cargo que ocupou por poucos meses, mais a sua subvenção vitalícia como deputado e sei lá mais o quê.

Podemos sempre alegar que estas situações não são ilegais, não serão. Mas e morais? Não me parecem que sejam.

Está na altura de abrirmos bem os olhos e não nos conformarmos com políticos destes.

2 comentários:

FM©Fotografia disse...

Eles são inimigos duma sociedade sem classes exactamente por isso, eles não têm moral. Eles são a outra classe, a dos exploradores. Esperar que ajam de forma diferente ? Naaaa!!!
Mas o que custa é ver os explorados dar cobertura a esta gente, essa dói!!!
Como diz o povo bom, A Luta Continua!!!

Ana disse...

Concordo. É por isso que não percebo como é que os trabalhadores continuam a votar PS/PSD, como é que os estudantes continuam a votar PS/PSD, como é que os pensionistas e reformados continuam a votar PS/PSD.

Como dizia ontem o Jerónimo de Sousa, "ai deles" quando todos estes se aperceberem que são mais do que "os senhores do psi 20" e "os senhores das reformas milionárias".

Aí teremos um Portugal mais esclarecido e certamente melhor.