domingo, 23 de janeiro de 2011

Desabafos (amargurados) após um dia de eleições

A ideia era vir para aqui agradecer ao Ministério da Administração Interna (MAI) pelas horas divertidas - leia-se, de puro stress - que me fez passar esta tarde, ou pelos três anos que envelheci em três horas por causa destes senhores. Mas depois dos resultados, sinceramente, o que quero dizer é o seguinte:

  • Este é o país onde toda a gente esperou pelo dia das eleições para saber qual o seu número de eleitor, que não aproveitou, pelo menos, a semana que passou para ligar para a sua Junta de Freguesia, aceder ao site do MAI ou enviar uma SMS GRATUITA que lhe devolvia o número de eleitor e que teria evitado as fila e entupimentos de servidor que aconteceram hoje por todo o país. Senhores do MAI, não podem comprar servidores como quem o faz para a Noruega, é preciso contar que tuga que é tuga o faz no dia só para dar mais trabalho, "porque é para isso que eu pago impostos".
  • Este é o país que depois de uma greve geral com uma adesão de 3 milhões de trabalhadores, depois de greves sectoriais transversais a todas as áreas comerciais, industriais, de serviços ou artísticas, depois dos funcionários públicos terem sido altamente penalizados, depois dos reformados terem visto as suas pensões serem cortadas, depois dos estudantes terem vistos as propinas aumentarem e as bolsas serem cortadas, depois de terem aumentado os impostos sobre o consumo e os salários, se elege o mesmo presidente que proporcionou tudo isto, e se coloca em segundo o candidato que apoia (e que era apoiado pel') o Governo que fez tudo isto.
  • Hoje diziam-me que cada um tem o que merece. Eu acho que não mereço isto. Não votei neles à primeira, nem à segunda vez. Contestei o mais que pude. Demonstrei publicamente o meu desagrado. Que mal fiz eu para merecer isto?
  • É a democracia, dirão uns. Aceito. Escolhe a maioria. Então não quero ouvir um ai dessa maioria. Escolheram, aguentem.

Vou dormir exausta, mais doente que ontem, mas com a sensação de dever cumprido. Não sei se cada um tem o que merece, mas acho que nós como povo temos o que merecemos. Afinal de conta somos nós, como povo, que os escolhemos…

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