Ter momentos de concentração profunda é algo que para mim roça o impossível. Parar, pensar na vida e pior, tirar conclusões, são tarefas muito difíceis quando se tem um cérebro que não para. É o que sinto.
A única altura em que consigo pensar é ao volante. De noite, de preferência. Estrada pela frente, música alta (popinho, do bem rasco), poucos carros à volta. Há uma química qualquer entre mim e o volante, que faz com que saia do carro, tranque a porta e pense é isso mesmo. É a sensação de liberdade, é pensar que se me apetecer é só sentar-me e parar 4000 quilómetros depois.
Hoje foi um desses dias. Em que chego a casa maior do que saí. Em que chego a casa depois de sei lá quantas horas fora e só me apetece fazer coisas, só me apetece escrever, só me apetece partilhar com o mundo as minhas conclusões brilhantes. Claro que depois me lembro que muito provavelmente são tão patetas e pessoais, que o certo é mesmo não interessarem a mais ninguém.
Enfim, o blog é meu, e eu escrevo o que quiser (ler com entoação de it's my party and i'll cry if i want to).
E o tema é: esperar. É mais ou menos óbvio que ninguém gosta de esperar. Eu detesto! Sei lá quantas vezes já disse que tenho síndrome de noivo, que acho uma falta de respeito, etc, etc, etc. Mas se é óbvio que esperar por reuniões, por amigos, por transportes não agrada a ninguém, pode não ser assim tão óbvio que esperar pela vida também.
E não passamos a vida à espera? Acho que sim. De dias melhores, do emprego que não chega, daquele telefonema, de ter finalmente um Governo que se preocupa mais connosco do que com o bem estar de umas quantas famílias e dos seus negócios "familiares", que acabem as aulas, das férias, daquele dia. Ou de que os astros se alinhem para qualquer coisa que provavelmente só existe na nossa cabeça.
A mim, o que me mata, o que me mói, o que causa todas as minhas pseudo infelicidades é esperar.
E como as minhas viagens de carro são muito curtinhas, ainda não tive tempo para pensar sobre o resto. Dizer ao cérebro tu já não esperas mais nada é o mesmo que dizer a uma criança tu não comes mais daqueles biscoitos. Dez minutos depois, lá aparece o garoto todo lambusado e com migalhas coladas ao corpo.
Como ir à luta de tudo pelo qual se espera me parece trabalho a mais para uma vida só, e de Hércules tenho muito pouco, a tarefa agora é fazer uma lista mental do que é para ir atrás e do que é para esquecer. E se um dia vier, que seja uma agradável surpresa porque já nem me lembrava que o queria.
E se não for, o desafio é tornar a luta numa conquista interessante e não numa espera aborrecida.
Nada de esperar mais por o que provavelmente nunca virá. Queres, faz. Não queres assim tanto, para de pensar nisso. Até querias, mas destrói mais que constrói, escolhe outra coisa. Novo lema de vida. Até à próxima viagem de carro, pelo menos.
A única altura em que consigo pensar é ao volante. De noite, de preferência. Estrada pela frente, música alta (popinho, do bem rasco), poucos carros à volta. Há uma química qualquer entre mim e o volante, que faz com que saia do carro, tranque a porta e pense é isso mesmo. É a sensação de liberdade, é pensar que se me apetecer é só sentar-me e parar 4000 quilómetros depois.
Hoje foi um desses dias. Em que chego a casa maior do que saí. Em que chego a casa depois de sei lá quantas horas fora e só me apetece fazer coisas, só me apetece escrever, só me apetece partilhar com o mundo as minhas conclusões brilhantes. Claro que depois me lembro que muito provavelmente são tão patetas e pessoais, que o certo é mesmo não interessarem a mais ninguém.
Enfim, o blog é meu, e eu escrevo o que quiser (ler com entoação de it's my party and i'll cry if i want to).
E o tema é: esperar. É mais ou menos óbvio que ninguém gosta de esperar. Eu detesto! Sei lá quantas vezes já disse que tenho síndrome de noivo, que acho uma falta de respeito, etc, etc, etc. Mas se é óbvio que esperar por reuniões, por amigos, por transportes não agrada a ninguém, pode não ser assim tão óbvio que esperar pela vida também.
E não passamos a vida à espera? Acho que sim. De dias melhores, do emprego que não chega, daquele telefonema, de ter finalmente um Governo que se preocupa mais connosco do que com o bem estar de umas quantas famílias e dos seus negócios "familiares", que acabem as aulas, das férias, daquele dia. Ou de que os astros se alinhem para qualquer coisa que provavelmente só existe na nossa cabeça.
A mim, o que me mata, o que me mói, o que causa todas as minhas pseudo infelicidades é esperar.
E como as minhas viagens de carro são muito curtinhas, ainda não tive tempo para pensar sobre o resto. Dizer ao cérebro tu já não esperas mais nada é o mesmo que dizer a uma criança tu não comes mais daqueles biscoitos. Dez minutos depois, lá aparece o garoto todo lambusado e com migalhas coladas ao corpo.
Como ir à luta de tudo pelo qual se espera me parece trabalho a mais para uma vida só, e de Hércules tenho muito pouco, a tarefa agora é fazer uma lista mental do que é para ir atrás e do que é para esquecer. E se um dia vier, que seja uma agradável surpresa porque já nem me lembrava que o queria.
E se não for, o desafio é tornar a luta numa conquista interessante e não numa espera aborrecida.
Nada de esperar mais por o que provavelmente nunca virá. Queres, faz. Não queres assim tanto, para de pensar nisso. Até querias, mas destrói mais que constrói, escolhe outra coisa. Novo lema de vida. Até à próxima viagem de carro, pelo menos.
1 comentário:
Há momentos que esperar, é a melhor solução, mas não fiques à espera que alguém faça por ti o que tu tens realmente que fazer.
Um beijo muito grande.
Domingo dia 17 às 17h00, vamos fazer a nossa festa de fim de ano no Pavilhão Multiusos de Odivelas.
Aparece lá, às vezes é bom ver o que deixámos um bocadinho para trás, eu gostava muito de te ver.
João Cardiga
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