sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Sobre o anúncio do Primeiro-Ministro

Estive quase para não vir aqui escrever nada sobre este assunto, tão desolada que fiquei ontem ao saber do teor das declaração de PPC. Mas isso seria calar a minha indignação, e isso, como saberão, eu não faço.

O cenário avizinha-se negro. Corte total do subsídio de férias e natal para salários superior a 1000€ e de um deles para salários entre o salário mínimo e 1000€. Sim, é para os funcionários públicos (FP) e isso deve deixar alguns muito felizes (os que se esquecem que a professora do filho é FP, ou a enfermeira que o tratará quando precisar, etc). Mas desenganem-se. Um dos destaque do Sapo é hoje "Patrões admitem cortar subsídios de férias e de Natal no privado". E para o sector privado foi aumentada a carga horária em meia hora diária sem receberem mais por isso.
Mas há mais. Aumento do IMI. Corte nas deduções ao IRS. Muitos produtos de consumo diário passarão de 6% de IVA para 13%. E em alguns casos para 23%, como na restauração e na cultura. O que se podia esperar do país sem Ministério da Cultura?

Sobre tudo isto, deixo as declarações de Bernardino Soares. Porque qualquer economista dirá que sem rendimentos, não haverá consumo, e sem consumo das famílias haverá necessariamente um decrescimento da Economia. Porque o Governo pensa que vai buscar mais receita com o aumento do IVA nestes dois sectores? Ou será que as pessoas, que já vão ganhar menos, vão deixar de ir a um restaurante, ou a um teatro, ou ao cinema? E depois em vez de tributar 6 ou 13% de 1000, vai tributar 23% de 10. Olha que coisa inteligente!



Não se calem!

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