Em parceria com a Junta de Freguesia de Caneças, a Junta de Freguesia da Ramada organizou, de 15 a 30 de Novembro, uma exposição sobre a vida de Anne Frank e o Holocausto. Esta exposição, oriunda da Anne Frank House (em Amsterdão) e trazida para Portugal através da Universidade do Porto e da plataforma Aprender Direitos Humanos tem como principal objectivo acender a discussão sobre os direitos humanos e despertar consciências para verdadeiros problemas.
Como vogal da Cultura na JFR, coube-me a mim a tarefa de guiar as visitas das escolas. Confesso que inicialmente estava apreensiva - porque não sou guia, porque não sou nem licenciada em História nem especializada na II Guerra Mundial, porque muitas destas visitas seriam possivelmente acompanhadas por professores de História. E a primeira visita que fiz foi no mesmo dia do funeral de uma grande amiga, o que à partida não me animava particularmente.
Mas a verdade é que as 6 visitas que fiz (infelizmente apenas com duas das escolas da freguesia, as escolas privadas, o que me faz questionar o porquê de nem a Escola Secundária da Ramada nem a Escola EB 23 Vasco Santana terem achado que valia a pena levar os seus alunos a verem esta exposição) foram muito importantes para minha formação pessoal e, sem dúvida, fizeram-me ver a vida de uma perspectiva completamente diferente. Correram todas muito bem, pelo menos com visíveis sinais de satisfação por parte quer dos alunos quer dos professores. Pelo Centro de Atendimento e exposições passaram alunos do 6º, 9º, 10, 11º e 12º anos. Miúdos com sensibilidades muito diferentes, com culturas muito diferentes, mas que no fundo, no mínimo, saíram dali com uma sementinha plantada nas suas cabeças.
A verdade é que esta exposição nos faz, para além de reviver as atrocidades cometidas pela Alemanha Nazi não só contra os Judeus mas também contra os Eslavos, Testemunhas de Jeová, Ciganos, Comunistas, homosexuais, elites artísticas e intelectuais polacas e soviéticas e activistas políticos em geral, questionar os direitos do Homem, até que ponto é que são cumpridos hoje em todo o mundo e o que fazemos nós para que o sejam.
A verdade é que quando nos mentalizamos que os ciganos são inferiores a nós e um estorvo para a sociedade, como acontece de forma natural em Portugal ou mais radical em França, não estamos nós a cair no mesmo erro?
Quando actos de bullying se propagam na escolas, porque grupos de alunos resolvem levar ao extremo o que é agredir fisica e psicologicamente outros colegas porque são muito gordos, ou muito baixos, ou homosexuais, não estamos nós a cair no mesmo erro?
Pior ainda, quando achamos que isto não tem nada a ver, que nem tem comparação possível, não estamos nós a cair no mesmo erro?
Por tudo isto, não posso deixar de agradecer ao Professor Miguel Prata Gomes pela excelente oportunidade que proporcionou não só a todos quantos visitaram esta exposição, mas particularmente a mim, que para além de ter que repetir diariamente toda esta história, pude realizar alguns debates de ideias muito interessantes e principalmente sentir que de alguma forma teria dado já o meu contributo para que esta barbaridade não fosse esquecida e que nunca mais seja (ou deixe de ser) repetida.
Como vogal da Cultura na JFR, coube-me a mim a tarefa de guiar as visitas das escolas. Confesso que inicialmente estava apreensiva - porque não sou guia, porque não sou nem licenciada em História nem especializada na II Guerra Mundial, porque muitas destas visitas seriam possivelmente acompanhadas por professores de História. E a primeira visita que fiz foi no mesmo dia do funeral de uma grande amiga, o que à partida não me animava particularmente.
Mas a verdade é que as 6 visitas que fiz (infelizmente apenas com duas das escolas da freguesia, as escolas privadas, o que me faz questionar o porquê de nem a Escola Secundária da Ramada nem a Escola EB 23 Vasco Santana terem achado que valia a pena levar os seus alunos a verem esta exposição) foram muito importantes para minha formação pessoal e, sem dúvida, fizeram-me ver a vida de uma perspectiva completamente diferente. Correram todas muito bem, pelo menos com visíveis sinais de satisfação por parte quer dos alunos quer dos professores. Pelo Centro de Atendimento e exposições passaram alunos do 6º, 9º, 10, 11º e 12º anos. Miúdos com sensibilidades muito diferentes, com culturas muito diferentes, mas que no fundo, no mínimo, saíram dali com uma sementinha plantada nas suas cabeças.
A verdade é que esta exposição nos faz, para além de reviver as atrocidades cometidas pela Alemanha Nazi não só contra os Judeus mas também contra os Eslavos, Testemunhas de Jeová, Ciganos, Comunistas, homosexuais, elites artísticas e intelectuais polacas e soviéticas e activistas políticos em geral, questionar os direitos do Homem, até que ponto é que são cumpridos hoje em todo o mundo e o que fazemos nós para que o sejam.
A verdade é que quando nos mentalizamos que os ciganos são inferiores a nós e um estorvo para a sociedade, como acontece de forma natural em Portugal ou mais radical em França, não estamos nós a cair no mesmo erro?
Quando actos de bullying se propagam na escolas, porque grupos de alunos resolvem levar ao extremo o que é agredir fisica e psicologicamente outros colegas porque são muito gordos, ou muito baixos, ou homosexuais, não estamos nós a cair no mesmo erro?
Pior ainda, quando achamos que isto não tem nada a ver, que nem tem comparação possível, não estamos nós a cair no mesmo erro?
Por tudo isto, não posso deixar de agradecer ao Professor Miguel Prata Gomes pela excelente oportunidade que proporcionou não só a todos quantos visitaram esta exposição, mas particularmente a mim, que para além de ter que repetir diariamente toda esta história, pude realizar alguns debates de ideias muito interessantes e principalmente sentir que de alguma forma teria dado já o meu contributo para que esta barbaridade não fosse esquecida e que nunca mais seja (ou deixe de ser) repetida.
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