segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Linhas de Wellington



Já há famílias a queixarem-se do quão abandonado anda este blog, por isso deixa cá aproveitar o recheado que este fim-de-semana foi de bons programas para o atualizar.

Sábado à noite foi dia de cinema e em português. Linhas de Wellington é um filme de Valeria Sarmiento, produzido por Paulo Branco, que retrata a história das invasões francesas, a resistência portuguesa e a aliança com os ingleses.
O filme, que conta com um elenco de luxo como Nuno Lopes, Adriano Luz, Gonçalo Waddington, Soraia Chaves, John Malkovich, Catherine Deneuve, Chiara Mastroianni (sim, estão a ler bem) entre tantos outros nomes, não podia ser mais típico português – que grande bolha!

Mas primeiro, o enredo. Mais uma daqueles passagens da história que começa cheio de boas intenções (os rapazes só queriam acabar com o poder absolutista monárquico na Europa) e acaba com um grupo de franceses a querer dominar o mundo. Correu-lhes mal porque somos muito teimosos, e podemos até não nos tratar bem uns aos outros mas não deixamos (não deixávamos!) que nos venham dominar, e correu-lhes mal porque tínhamos o exército inglês como aliado. E foi assim que se criaram as linhas de defesa de Lisboa, que impediriam os franceses de atingir a capital.
O filme, que começa com a nossa vitória na Serra do Buçaco e com a retirada estratégica rumo a Lisboa, relata não só a vida dos soldado, as suas dificuldades e dia-a-dia, mas também a vida dos tantos civis que se viram obrigados a fugir, dos que se viram obrigados a alinhar ao lado das tropas, dos que morreram por serem meros danos colaterais ou dos que foram abusados e humilhados quer por tropas inimigas quer por tropas aliadas.
No final, como é sabido, lá vai o General Massena rumo a casa e Portugal manteve-se dos portugueses, só para, muitos anos mais tarde, poder vir a Amália lembrar a Lisboa que não é francesa, que é portuguesa e que é só para nós (sim, aparte perfeitamente desnecessário).

Um filme com uma fotografia muito bonita, um som que quase faz esquecer que se trata de um filme português, mas como já tinha dito, com um encadeamento de cenas que nos deixa muitas vezes a pensar “e isto agora veio de onde?”. Faltou perceber muita coisa, principalmente quem eram aquelas pessoas a quem se deu tanto destaque mas que nunca se explica quem são. É um filme longo, e que visto com algum cansaço em cima pode tornar-se difícil de perceber.

Ainda assim, em especial para quem goste de filmes históricos, é um filme a não perder, mais uma passagem da nossa história que fica registada para a posteridade. Está com uma nota de 6,3/10 no IMDb, e aqui fica o trailer:

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