sexta-feira, 4 de maio de 2012

Assim, assim

[Escrevi este post hoje de tarde enquanto esperava pelo metro.]

Há duas semanas fui ver um filme português que prometia. "Elenco de estrelas" era certamente a primeira impressão de toda a gente. Entenda-se por estrelas a nata da nova geração de atores, bem acompanhados de verdadeiras estrelas mais antigas.

O trocadilho com o nome do filme seria uma piada óbvia, e podia dizer-vos que o filme é assim, assim, mas, pelo contrário, gostei.

"Ah, mas tu és uma fácil, e vens sempre para aqui dizer que gostas dos filmes todos que vês". Não sejam maus, não é verdade, eu fui ao cinema ver O Escolhido (expressão de náusea).

Ok, mas deste gostei mesmo. Não é um filme óbvio, e de certeza que muitas pessoas saem sem saber o que achar, ou a não gostar. É um filme para se ficar com cara de WTF?!?!?! no fim. Eu fiquei.

O filme é uma espécie de Magnolia, onde personagens se cruzam umas com as outras no decorrer das suas vidas. E bom, não tem o Tom Cruise mas tem o Nuno Lopes (que na minha escala de paixonetas adolescentes está quase, quase lá).
Não dá para explicar exatamente a história, já que cada personagem tem a sua. Talvez se possa resumir a relações, já que todos os segmentos rodam à volta desse tema. Amizades, namoros, casamentos, traições, relações parentais, relações médico-paciente e o abandono dos idosos, homosexualidade, violência e mais alguns temas ainda. Tudo embrulhado com muita graça num grande novelo, que se vai desenrolando. Porque é que é tão estranho, então? Porque o novelo nunca se desenrola até ao fim. Fica tanto por dizer, tanto por saber, que o fim do filme mais parece pausa para intervalo. O que acho que mais me fascinou foi ter continuado durante um ou dois dias a completar histórias, a fechar ciclos e conversas. Será que era esse o objetivo? Não sei, mas comigo foi assim.

O elenco, como disse, é de luxo: Gonçalo Waddington, Joana Santos, Nuno Lopes, Albano Jerónimo, Miguel Guilherme, Ivo Canelas, Ana Brandão, Dinarte Branco, Rita Blanco, Cleia Almeida, Margarida Carpinteiro, entre outros.

No IMDb tem apenas uma nota de 5,1/10 (com muito poucos votos, diga-se) e a crítica não tem sido a melhor. O filme está rotulado como sem nexo, sem história, sem grandes diálogos, muito mais televisivo que cinematográfico. Os críticos esperaram mais e não têm poupado críticas ao filme.

Olhem, eu gostei. E fica o trailer para verem:



Ah, gostei muito da imagem. A simplicidade dos planos, o facto da cidade ser quase como uma personagem em si mas na verdade quase não aparecer.

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