segunda-feira, 7 de março de 2011

Sobre o Festival da Canção 2011

Parece-me que quanto mais interactivos são os espectáculos de televisão antes de começarem mais vontade o público vai ter de os ver. Pelo menos comigo foi assim. Há muito tempo que não acompanhava em directo um Festival da Canção, mas este ano tinha mesmo vontade de o fazer.

A noite foi animada, sem dúvida um bom espectáculo, mas surpreendeu-me a pouca qualidade da maioria das músicas apresentadas. Fiquei muito desiludida com a Wanda Stuart, as 7 Saias estavam muito menos radiantes do que costumam estar, e sobre "Tensão" e "Boom boom yeah" não faço outro comentário que "mau de mais".

O que me surpreendeu mais não foi terem ganho os Homens da Luta (mais sobre isso já a seguir) mas sim a fraca pontuação e aceitação que teve a música do Henrique Feist. Digo-vos que foi a minha favorita, e cada vez que ele tinha uma pontuação miserável por parte dos vários júris regionais (e foram muitas) dava-me uma raiva como se se estivesse a cometer a maior injustiça do mundo. Gostei da música, gostei do espectáculo que a envolvia. Por mim, 12 pontos para o Feist.


Quanto aos Homens da Luta, devo desde já dizer que votei neles durante a fase de apuramento dos finalistas, que comemorei efusivamente (embora com muita surpresa) os 12 pontos atribuídos por Bragança e Viseu e pela votação do público. A verdade é que esta dupla é um fenómeno de popularidade que há muito extravasou os limites dos seus programas de televisão, e isso foi notório logo nas tais votações preliminares. Depois, resta saber até que ponto os portugueses de facto votaram neles porque eles são da TV, ou porque se revêm neste embalo de intervenção, nesta crítica social baseada numa constatação da realidade que muitos querem esconder. Eu gosto de acreditar que é a segunda opção. Se acho que vamos mal representados, não acho.




HOMENS DA LUTA – A LUTA É ALEGRIA

Por vezes dás contigo desanimado
Por vezes dás contigo a desconfiar
Por vezes dás contigo sobressaltado
Por vezes dás contigo a desesperar

De noite ou de dia, a luta é alegria
E o povo avança é na rua a gritar

De pouco vale o cinto sempre apertado
De pouco vale andar a lamuriar
De pouco vale o ar sempre carregado
De pouco vale a raiva para te ajudar

De noite ou de dia, a luta é alegria
E o povo avança é na rua a gritar

E traz o pão e traz o queijo e traz o vinho
E vem o velho e vem o novo e o menino
E traz o pão e traz o queijo e traz o vinho
E vem o velho e vem o novo e o menino
Vem celebrar esta situação e vamos cantar contra a reacção

Não falta quem te avise «vai com cuidado»
Não falta quem te queira mandar calar
Não falta quem te deixe ressabiado
Não falta quem te venda o próprio ar

De noite ou de dia, a luta é alegria
E o povo avança é na rua a gritar

E traz o pão e traz o queijo e traz o vinho
E vem o velho e vem o novo e o menino
E traz o pão e traz o queijo e traz o vinho
E vem o velho e vem o novo e o menino
Vem celebrar esta situação e vamos cantar contra a reacção

A luta continua quando o povo sai à rua!

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